Como “baiana da gema” que sou, não posso deixar de comentar o Carnaval de Salvador, esse espetáculo na Terra que, neste ano, reuniu mais de 10 milhões de foliões e gerou mais de R$ 6 bilhões para a economia do estado, mostrando ao mundo que festa e negócios são substantivos complementares.
Peço licença para falar especificamente do exemplo de Ivete Sangalo, que nos últimos quatro dias de carnaval nos ensinou muitas lições. A primeira, que me desculpem os etaristas, mas nossa musa está no auge da beleza e do vigor aos 51 anos (quase 52). Lindíssima, energizada, vibrante, ela levou o público ao delírio por onde passou.
Depois, ela nos mostrou que, para bem enfrentar o carnaval baiano, não bastam voz e molejo. É necessária uma imensa capacidade de liderança. Ivete parou o bloco quando entendeu necessário, acalmou o público quando houve atraso no circuito e controlou o pânico quando um tubo de gás carbônico estourou em seu trio. Diante das intempéries, Veveta teve transparência, equilíbrio e agilidade, características fundamentais de um(a) grande líder.
Mortal que é, duvidou da sua própria capacidade de continuar, mas, como uma fênix, renasceu no dia seguinte, e mostrou que desistir não é um verbo que faz parte do seu dicionário (segundo seu próprio testemunho) e que, a todo momento, em especial em situações de crise, nós podemos – e devemos – enxergar um “portal de oportunidades”, recalcular rotas, nos transformar e seguir em frente.
Se você, como eu, teve o privilégio de ver de perto esse espetáculo, que sorte a nossa! Se não, recomendo fortemente que não passe por essa existência sem, pelo menos uma vez, viver o Carnaval de Salvador. Nessa hora, você vai entender (e sentir) por que “We are the world of Carnaval, We are Bahia”.
*Líder Global de Relações Corporativas da Suzano S.A., a advogada com longa experiência na área ambiental foi a primeira mulhera a assumir a presidência da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF), em março de 2022.
O texto não reflete, necessariamente, a opinião so site.
