A indústria digital

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Imagem: Envato.

Depois de um longo período escrevendo apenas para a Revista E-Commerce Brasil, decidi voltar a escrever para o site. Adoro escrever sobre comportamento do consumidor e tentarei escrever semanalmente sobre experiência reais, associando com os assuntos.

Acho importante conversarmos sobre o Congresso da Indústria Digital. Dois assuntos apareceram nas palestras que me chamaram mais atenção. O primeiro tema é bastante claro, inteligência artificial. Poucos casos de aplicação real ou incisiva até o momento, mas de fato as empresas vêm se estruturando para que cada vez mais a AI entre de cabeça nas empresas,

Aplicações emergentes da IA no varejo

O que mais me chama atenção é a finalidade a que está se destinando o uso. As empresas ainda estão olhando fixamente para otimização de processos e análise de relatórios. Há falta de ambição de usar a AI para programação, qualificação de cadastro (ressalva a uma ferramenta incrível, INDEXAI), qualificação de leads, uso de segmentação dentro do cadastro de cliente visando o aumento de vendas, recorrência, melhora de sortimento, precificação automática (Meli está entrando com essa análise) e tratamento de inventário (usuários – outra ferramenta que a Coretava está trazendo para o mercado) voltados para as mídias digitais.

Mas principalmente não ouvi absolutamente nada relacionado à jornada do cliente. Não estou falando de mídia ou retail media, momento de conversão. Mas usar a capacidade de usar a inteligência completa, desde o momento da entrada do site, login por padrão de uso ou reconhecimento facial, ajuste de layout para aumento de conversão individual. Ainda mais, uma jornada altamente customizada, com IA atualizando imagens, descrições e características de produto, cor de botão, promoção exclusiva, condições de pagamento. Enfim, desenhar a jornada do impossível e torná-la realidade.

O papel estratégico do retail media na transformação

Outro ponto que me chamou atenção é a ainda irrelevante penetração e ferramentas para o retail media. Aqui no Brasil, isso corresponde a menos de 5% do investimento das empresas, enquanto em outros países esse percentual já representa 20% do budget de comunicação.

O importante dessa mídia, nesse momento em que buscamos um avanço grande dos nossos clientes, é que como se trata de uma mídia de altíssima conversão, ela pode trazer uma grande bagagem de informações. Ou seja, isso significa aprendizado para nossa AI na veia, gerando uma capacidade de entender o comportamento do cliente que nunca tivemos.

É certo que as empresas ainda vão ter receio de disponibilizar seu inventário de clientes para uma ferramenta terceira fazer isso. Gera insegurança e receio de esses dados vazarem ou serem usados de forma inapropriada. Mas, como diria Ricardo Michellazo, esses dados já estão na nuvem, já estão disponíveis em um servidor externo, numa ferramenta de CRM, num adquirente, ou seja, já estão em muitos pontos de conversão do ecossistema.

Essas são duas realidades que me parecem que vieram para ficar (já erramos tanto com outras soluções da moda). Agora é entender a coragem e a ambição das empresas, e até que ponto esas se mostrarão velozes e disruptivas. O jogo mudou, não se trata mais quem chegará na frente, mas quem chegará mais forte.

Fonte: E-Commerce Brasil

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