CÍNTIA KELLY: Comissão da Mulher da Câmara de Salvador rebate advogado de Ederlan Mariano

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A questionável linha de defesa do advogado Otto Lopes foi repudiada pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara Municipal de Salvador. A coluna teve acesso, em primeira mão, à nota do colegiado. Otto defende Ederlan Mariano, acusado de matar a esposa Sara Mariano, cujo corpo foi encontrado parcialmente carbonizado em um matagal, no município de Dias d’Ávila, na semana passada. O caso ganhou repercussão nacional.

Ao defender o cliente, Otto traz elementos que mancham a reputação da vítima. Segundo o advogado, Sara teria traído Ederlan algumas vezes. Nas entrevistas concedidas à imprensa, o advogado insiste em trazer à tona supostos casos extraconjungais de Sara. Em 1º de agosto deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou inconstitucional a famigerada tese da legítima defesa da honra em crimes de feminicídio ou de agressão contra mulheres.

Linha de defesa “ultrapassada e “cruel”

Em nota, a Comissão da Mulher da Câmara, presidida pela vereadora Ireuda Silva (Republicanos), diz ser “inadmissível a tentativa de atribuir a motivação de um crime tão bárbaro a supostas relações extraconjugais por parte da vítima, que sequer pode se defender”.  A linha de investigação abraçada por Otto Lopes é, segundo o colegiado, tão ultrapassada quanto cruel. Por fim, as vereadoras que compõem a comissão pedem que a Justiça “esteja atenta ao caráter de tais estratégias e cumpra seu papel, agindo com o rigor que o caso requer”.

Caso Ângela Diniz

O argumento de Otto é um em milhares ao longo das décadas. O caso mais emblemático remonta ao final da década de 1970, precisamente 1976. A socialite Ângela Diniz foi assassinada com quatro tiros no rosto. Os disparos foram efetuados por seu namorado Doca Street, com quem se relacionava há quatro meses. O primeiro julgamento aconteceu em 1979. Á época, o advogado Lins e Silva usou a tese da legítima defesa da honra para sensibilizar o jurado. Em seu discurso, o advogado chamou Ângela de promiscua e libertina. Com o lema ‘quem ama não mata’, o movimento feminista foi fundamental para reverter o desfecho do caso. Um novo julgamento aconteceu em 1981. Doca foi condenado há 15 anos por homicídio qualificado.

Senhora (ops) Senhor do Destino da Soterópolis

Uma figura se destacou durante a apresentação do ex-prefeito ACM Neto, na Câmara Municipal, dentro do projeto “Lembranças do Futuro de Salvador”.  Depois de ouvir Neto elencar o legado deixado após dois mandatos, o vereador Orlando Palhinha se colocou como partícipe desses feitos, sobretudo, na transformação da comunidade Guerreira Zeferina.

“Você falou sobre Guerreira Zeferina. Antigamente era uma invasão de barracos de madeirite, telha Eternit, fiação improvisada. Eu, como empresário do ramo de material de construção, fazia doação para aquela população”, contou relembrando a história. No mesmo momento, dois maldosos interlocutores o apelidaram de ‘Senhora do Destino’.

Interpretada por Suzana Vieira, Maria do Carmo – a Senhora do Destino – era dona de uma empresa de material de construção, que fazia doação para a população carente da comunidade da Pedra.

A bela adormecida justiça eleitoral de Alagoinhas

Nada como o sono profundo da Justiça Eleitoral. Que o diga os moradores de Alagoinhas, a 120 km de Salvador. Por lá, o pré-candidato a prefeito, Gustavo Carmo (PSD), secretário de Educação, tem deixado seu nome nas comunidades, bem na pegada de que ‘quem não é visto, não é lembrado’. Demonstrando que está mergulhado de cabeça na disputa pelo comando da cidade.

Ele tem o apoio do prefeito Joaquim Neto. Na raro, tem faixas, outdoors com o nome ou foto de Gustavo espalhados pela cidade. Durante a greve dos servidores municipais, incluindo professores, Gustavo fez festa quando da sua filiação ao PSD, dando de ombros às agruras da categoria.

A foto que ilustra este texto foi tirada na rua 21 de setembro, uma das localidades carentes da cidade. ‘Apoio’ a campeonato de futebol é um ótimo catalisador de votos.

Rui Costa ameaça processar jornalista

Sem a menor cerimônia, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, se jacta de ter ameaçado jornalista que o procurou para apurar uma informação.  Em entrevista a Reinaldo Azevedo, o petista relata que a profissional o ligou para saber sobre uma possível visita sua a um empresário, com interesses no governo. Dessas visitas nada republicanas…

Ao invés de tão somente negar a informação, o ex-governador preferiu o caminho da ameaça. “Ela ligou dizendo que no domingo eu fui pra casa de fulano. E perguntou: ‘o senhor acha correto’?”, narrou Rui, que diz ter respondido: “Minha senhora, eu na vou responder. Eu quero que a senhora publique a matéria. Estou avisando que eu vou lhe processar na pessoa física, porque passei o domingo na minha casa com minha família”.

Para o 2º homem mais forte do Palácio do Planalto, a pergunta do jornalista deve ser como ele quer. Foi assim que se comportou na terça (31), na solenidade de posse do comando da Confederação Nacional da Industria (CNI), quando foi indagado pela repórter do BNews, Bia Araújo, sobre a relação conturbada com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Hoje é a posse da CNI. Pensei que fôssemos falar sobre a posse”, disse o ministro, dando as costas à repórter.  

Como dizemos por aqui: o ‘menino’ da Liberdade agora está com o rei na barriga.

Fonte: bnews.com.br

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