Um incêndio praticamente destruiu um abrigo para ucranianos em Gross Stromkendorf, no norte da Alemanha, nesta quinta-feira (20). Os 15 refugiados e os funcionários foram retirados a tempo e não há vítimas, informou a polícia local em nota. Mas as autoridades cogitam a hipótese de um crime de cunho racista.
O incêndio começou na noite de quarta-feira (19). Os bombeiros não conseguiram controlar o fogo e, após retirarem os ocupantes, deixaram o imóvel, situado em uma área afastada, ser consumido pelas chamas, como mostraram as imagens do incidente divulgadas pela imprensa alemã.
“A polícia supõe que a origem do fogo seja criminosa”, dizem os investigadores, que não descartam o envolvimento de grupos da extrema direita. Uma patrulha policial já havia visitado o abrigo na quarta-feira após a descoberta de uma suástica pintada na porta, segundo a imprensa local. Cerca de 170 refugiados ucranianos já foram recebidos no abrigo desde março.
A ministra alemã do Interior, Nancy Faeser, esteve no local do incêndio no final da tarde desta quinta-feira (20). Ela disse que “tais fatos não devem ser tolerados por nenhum de nós, em nenhum nível”, e reiterou que o incêndio era “provavelmente criminoso”, assegurando que a resposta do governo seria “severa.”
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Bombeiros tentam conter incêndio em um prédio que abriga refugiados ucranianos em Gross Stroemkendorf, leste da Alemanha, na noite de 20 de outubro de 2022 — Foto: Jens Büttner / DPA / AFP
Prédio estava vazio
Em Apolda, no centro do país, outra casa para ucranianos foi destruída no início do mês. Mas o prédio estava vazio no momento do incêndio. A Alemanha registrou, desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, a chegada de mais de 967 mil refugiados ucranianos e muitos deles permaneceram no país.
Eles foram recebidos de braços abertos pelos alemães e se integraram rapidamente. Mas a extrema direita do país apoia o presidente russo, Vladimir Putin, e estima que bastaria colocar um fim às sanções contra Moscou para acabar com a crise energética que toma conta da Europa. Desde o início da guerra da Ucrânia, em 24 de fevereiro, mais de 5 milhões de ucranianos fugiram do país.
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Bombeiros tentam conter incêndio em um prédio que abriga refugiados ucranianos em Gross Stroemkendorf, leste da Alemanha, na noite de 20 de outubro de 2022 — Foto: Jens Büttner / DPA / AFP