O presidente dos EUA, Donald Trump, conversa com membros da imprensa – Foto: Roberto Schmidt/AFP
O governo dos Estados Unidos caminha para registrar a maior paralisação da história, chegando ao 36º dia nesta quarta-feira, 5, em meio à falta de acordo entre republicanos e democratas sobre o orçamento nacional.
O impasse deixou 1,4 milhão de funcionários públicos sem salário, incluindo trabalhadores de funções essenciais como controladores de tráfego aéreo e forças de segurança, que seguem atuando sem pagamento.
Nos aeroportos, a situação se tornou crítica. O secretário de Transportes, Sean Duffy, alertou para o risco de um fechamento parcial do espaço aéreo devido à escassez de pessoal.
Impactos sociais e tensão política
Os programas de assistência social também foram afetados. O presidente Donald Trump afirmou que os benefícios alimentares só serão retomados após a reabertura do governo.
A Justiça Federal tentou manter parte da ajuda, mas a Casa Branca atribuiu o atraso aos democratas.
“Os beneficiários têm que entender que levará tempo para receberem esse dinheiro, porque os democratas colocaram o governo em uma posição insustentável”, disse a porta-voz Karoline Leavitt.
Disputa entre republicanos e democratas
O shutdown começou quando o Congresso não aprovou a lei orçamentária que garantiria o financiamento de agências federais após 1º de outubro, início do novo ano fiscal.
Os republicanos, com maioria apertada, exigem apoio de senadores democratas para uma resolução temporária que mantenha os fundos até o fim de novembro, enquanto os democratas insistem em reabrir o debate sobre a reforma sanitária republicana aprovada há menos de seis meses.
Negociações e polarização
Apesar do clima tenso, um grupo bipartidário de parlamentares apresentou uma proposta de compromisso para reduzir os custos do seguro de saúde.
Os democratas acreditam que o aumento dos custos médicos pressionará os republicanos a negociar.
Trump, no entanto, manteve postura rígida, dizendo que não será “extorquido”.
Em publicação nas redes sociais, ele pediu aos congressistas republicanos que usem uma “arma nuclear legislativa”: acabar com a regra do obstrucionismo, que exige 60 votos no Senado para aprovar medidas controversas.
Risco político e institucional
A proposta de eliminar o obstrucionismo divide até mesmo os aliados de Trump.
O senador John Thune, líder republicano no Senado, afirmou: “Não temos os votos”.
Analistas alertam que, se o limite de 60 votos for abolido, os democratas poderiam, futuramente, usar o mesmo mecanismo para ampliar o número de estados da União, incluindo Porto Rico e Washington D.C.
Com a paralisia se estendendo e os efeitos sociais se agravando, cresce a pressão pública para que Congresso e Casa Branca encontrem uma saída que evite danos duradouros à economia americana.
Fonte: A Tarde









