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O Allianz Parque viveu uma noite que entrará na galeria das epopeias alviverdes. O Palmeiras goleou a LDU por 4 a 0, reverteu o placar de 3 a 0 sofrido em Quito e garantiu vaga na final da Libertadores contra o Flamengo. O feito, já histórico, ganhou contornos ainda mais simbólicos quando Leila Pereira interrompeu a entrevista coletiva e abraçou Abel Ferreira diante das câmeras, declarando-o o maior técnico da história do clube. A presidente e o treinador selaram ali, em público, a comunhão entre comando e vestiário que sustenta o ciclo mais vitorioso do Palmeiras moderno.
No campo e fora dele, a virada teve assinatura tática e emocional de Abel. O português reorganizou o meio com Allan e Sosa, devolveu a fluidez ofensiva e apostou em Raphael Veiga, que, mesmo em fase irregular, renasceu com dois gols decisivos. A equipe exibiu o vigor coletivo que faltara em Quito, alternando pressão alta, amplitude pelos lados e ocupação constante da área. O plano, tão ousado quanto preciso, devolveu ao time a identidade competitiva que o transformou em protagonista continental.
A classificação reforça o peso de Abel na história recente do Palmeiras e reposiciona o clube no cenário continental. Será a sétima final de Libertadores do Verdão e a quarta sob comando do português, que busca o terceiro título da era Leila. Para o elenco, o triunfo reenergiza a confiança num momento crucial da temporada e dá ao treinador a autoridade moral para conduzir o grupo em mais uma decisão de alta tensão.
Abel não é apenas o estrategista cerebral que decifra adversários. É o líder que converte pressão em combustível e crítica em disciplina. Sua capacidade de regenerar o time diante do impossível explica por que o Palmeiras não apenas vence, mas marca época. O abraço de Leila, mais do que um gesto de afeto, foi a consagração pública de um ciclo que une método, emoção e história.
Fonte: Jornal Folha do Estado da Bahia
