Mais que descontos, o que a Black Friday revela sobre hábitos de compra?

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Eduarda Camargo*

A proximidade da Black Friday 2025, marcada para 28 de novembro, volta a acender a atenção de consumidores e empresas. Segundo pesquisa do Kwai com mais de 20 mil usuários, 84% dos brasileiros pretendem comprar na data, consolidando o evento como um dos mais relevantes para o comércio eletrônico nacional. Mais do que números, os dados revelam tendências que merecem reflexão estratégica por parte de marcas e profissionais de marketing.

O estudo mostra que a intenção de compra se concentra em produtos de maior valor agregado. Eletrônicos lideram com 50% de interesse, seguidos por roupas e acessórios (49%) e eletrodomésticos (39%). Mais de 70% dos consumidores pretendem adquirir pelo menos um item dessas categorias. O perfil predominante reflete maturidade e poder aquisitivo: 58% têm mais de 36 anos e, entre os maiores de 45, cerca de 35% planejam gastar mais de R$ 800 em eletrodomésticos e 34% em eletrônicos.Publicidade

Esses números indicam que, além do desconto, a decisão de compra está profundamente ligada à percepção de valor e utilidade do produto.

Ainda assim, a pesquisa traz um dado curioso: 25% dos entrevistados não definiram orçamento para a data, com destaque para o público feminino (28%). Essa indefinição representa uma oportunidade estratégica para as marcas. Campanhas bem segmentadas, ofertas personalizadas e conteúdos educativos podem influenciar a decisão de compra e converter indecisos em consumidores efetivos. Em outras palavras, o marketing seguirá tendo peso decisivo na conversão, e aqueles que compreenderem o comportamento do consumidor e suas motivações estarão à frente na disputa pelo faturamento.

As expectativas também são altas: a ABComm projeta faturamento acima de R$ 13 bilhões no e-commerce, um crescimento expressivo em relação aos cerca de R$ 8 bilhões movimentados em 2024. O Brasil se destaca globalmente: segundo estudo da Conversion, é o segundo país que mais busca descontos na Black Friday, atrás apenas da França. iPhone, geladeira, notebook e ar-condicionado estão entre os produtos mais procurados, mas itens fora das categorias tradicionais, como passagens aéreas, demonstram que o consumidor brasileiro está diversificando seu interesse, abrindo novas oportunidades para setores antes periféricos.

Para marcas e profissionais de marketing, as conclusões são claras: é hora de apostar em estratégias inteligentes e multicanais, que considerem não apenas preço, mas experiência, segmentação e storytelling. A Black Friday deixou de ser uma simples data de descontos e tornou-se uma vitrine de comportamento do consumidor, oferecendo insights valiosos sobre preferências, hábitos e gatilhos de compra. Quem investir em personalização, clareza na comunicação e presença digital consistente terá vantagem competitiva — enquanto quem se limitar a promoções genéricas corre o risco de perder relevância.

A Black Friday 2025 é mais do que uma oportunidade de vendas: é um termômetro do consumidor brasileiro. Revela como ele percebe valor, reage a ofertas e navega por experiências digitais. Para as marcas, é o momento de alinhar inteligência de mercado, criatividade e execução, transformando a data em um catalisador de relacionamentos duradouros com seus clientes.

* Chief Growth Officer (CGO) da Portão 3 (P3)

“Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Hoje em Dia”.

Fonte: Hoje em Dia

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