Cirurgias refrativas devolvem qualidade da visão com correção simultânea de diversas condições

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Paula Guimarães*

Os olhos são um órgão complexo e de função vital no cotidiano, mas como qualquer outra parte do corpo podem sofrer alterações causadas por maus hábitos ou pelo envelhecimento, levando a falhas de funcionamento que provocam desconfortos e comprometem a qualidade de vida.

Os avanços em exames e tratamentos oculares ficaram distantes da maioria dos brasileiros por muitos anos. Entretanto, a evolução da medicina propicia uma série de alternativas para os distúrbios de refração, como a cirurgia a laser.Publicidade

Os problemas visuais mais comuns são a miopia, a hipermetropia e o astigmatismo. No caso da miopia, ocorre a dificuldade para enxergar objetos distantes, condição cada vez mais frequente em um cotidiano marcado pelo uso intenso de telas. Um estudo publicado no British Journal of Ophthalmology apontou que uma em cada três crianças apresenta essa dificuldade. A Organização Mundial da Saúde (OMS) projeta que metade da população mundial será míope até 2050.

A hipermetropia, por sua vez, causa dificuldade para observar objetos próximos. Já o astigmatismo afeta a nitidez em todas as distâncias, pois a luz não é focada de maneira uniforme na retina, resultando em borrados, principalmente, à noite.

A recomendação para melhorar essas situações está no uso de óculos e lentes de contato, ainda amplamente indicado por oftalmologistas. Entretanto, dependendo das características individuais, a cirurgia é uma alternativa importante, rápida e bastante segura, podendo reduzir ou até eliminar a necessidade de correção óptica.

As cirurgias mais comuns são o PRK, LASIK e o implante de lentes intraoculares. No PRK, o laser atua diretamente sobre a superfície da córnea para remodelá-la e corrigir o grau, podendo ser feito de forma convencional ou personalizada, de acordo com as necessidades do paciente. 

O LASIK, por sua vez, cria um delicado retalho na córnea para o laser ser aplicado nas camadas internas, proporcionando recuperação rápida, mas não sendo recomendado em pessoas com córneas muito finas. Já as lentes intraoculares são indicadas, principalmente, em casos de miopia muito alta, em que o laser não é adequado, mas também são utilizadas no tratamento da presbiopia (vista cansada, comum após os 45 anos) e da catarata, substituindo a lente natural do olho por uma artificial escolhida conforme o perfil pessoal e a recomendação médica.

As cirurgias também tratam de outras condições, como o estrabismo e o descolamento de retina. Em geral, são procedimentos indolores, realizados com anestesia local e analgésicos, permitindo o retorno para casa no mesmo dia. Durante a recuperação, é comum a visão ficar turva temporariamente, porém a tendência é uma melhora progressiva.

Com os recursos atuais, muitas pessoas que antes dependiam apenas de óculos hoje podem contar com alternativas seguras e eficazes. A avaliação oftalmológica é o primeiro passo para descobrir se a cirurgia é uma opção adequada para o seu caso.

* Oftalmologista 

“Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Hoje em Dia”.

Fonte: Hoje em Dia

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