A cidade de Santo Estêvão, no interior da Bahia, vive um impasse preocupante na área da educação. Documentos oficiais e denúncias recebidas pela redação do Alô Juca revelam que a Prefeitura Municipal ignorou decisões judiciais e optou por realizar um processo seletivo temporário (Regime Especial de Direito Administrativo – REDA) em detrimento da convocação de aprovados em um concurso público anterior. A consequência? Escolas sem professores, alunos prejudicados e um ano letivo que ainda não começou para muitas crianças da cidade.
No final do mandato, o ex-prefeito de Santo Estêvão, Rogério Costa, realizou um concurso público para preenchimento de vagas na administração municipal. Os aprovados foram chamados, mas 20 convocações adicionais foram deixadas para o novo prefeito, Tiago Dias. Ele assumiu o cargo e, em vez de dar continuidade às nomeações, suspendeu o chamamento, alegando irregularidades no processo.
Após meses de indefinição, a Justiça determinou que a prefeitura deveria respeitar a lista de aprovados e proibiu a realização de contratações temporárias para ocupar as vagas previstas no concurso. No entanto, em um claro desrespeito à decisão judicial, a Prefeitura lançou um edital para um novo processo seletivo para REDA, voltado para a área da educação, abrindo cadastro de reserva para cargos que já deveriam ter sido ocupados pelos concursados.
O IMPACTO NA EDUCAÇÃO E NO FUTURO DOS ESTUDANTES
O impasse administrativo teve reflexos diretos nas escolas municipais. Com um quadro reduzido de professores concursados, diversas unidades de ensino não conseguiram iniciar o ano letivo no prazo previsto. Algumas turmas permanecem sem aulas, enquanto outras funcionam parcialmente, prejudicando centenas de alunos.
A situação se agrava ainda mais com os relatos sobre a má elaboração da prova do REDA, que gerou questionamentos sobre sua legalidade e transparência. Além disso, candidatos do cadastro de reserva do concurso original entraram na Justiça e obtiveram decisões favoráveis, reforçando a irregularidade do processo seletivo temporário.
A população de Santo Estêvão exige respostas e ações concretas. O que está em jogo não é apenas uma disputa burocrática, mas o futuro de centenas de crianças que dependem da educação pública para construir um caminho de oportunidades.
Fonte: Alô Juca