Fatos & pitacos: ‘É importante chorar, mas é preciso sorrir’

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O segredo de observar mulheres que são referência em bem viver 

Vez ou outra, a vida nos nocauteia. Nesses momentos, eu converso com Deus e, de joelhos, peço ajuda. Peço, dentre outras coisas, que o meu sorriso não me abandone. Não só recorro à espiritualidade. Também dedico tempo ao meu emocional, através das minhas transformadoras sessões de terapia com Sidnei Lira. “Foco na ação”, ela sempre diz. Inclusive, nas ações que levam ao sorriso.

Pronto. Rezo, cuido do meu emocional e, por último, mas não menos importante: mantenho a minha rede de apoio viva. Uma rede de apoio de mulheres que são referências em bem viver. Sidnei, claro, faz parte dela.

Sou filha de uma menina-mulher risonha. Minha mãe, Elane, é daquelas que ri de si mesma. Jornalista, publicitária e assistente social, atualmente assina uma coluna de saúde no Jornal A Tarde e no portal De Olho na Saúde. Apesar das adversidades, leva luz por onde passa. Não contamina o ambiente com reclamações. Ao contrário, espalha alegria. Devota de Santo Antônio e com um grande carinho por Santa Bárbara, ela me ensinou o poder da oração. “Dizem os artistas, principalmente os que fazem comédia, que sorrir é um ato de resistência. Entre chorar ou sorrir, prefiro sorrir. Acho que o sorriso abre portas e uma conexão de amor com as pessoas que estão ao seu redor. Levar um sorriso para quem está deprimido, triste e, muitas vezes, sem norte na vida, é contagiante. Até nos momentos adversos e de tristeza, se você descontrair com uma pessoa divertida, tudo fica mais calmo e leve”, explicou.

A psicóloga e psicanalista Sheyna Vasconcellos pondera: “Há que se considerar que a gente pode chorar sorrindo, ou sorrir chorando, essas duas coisas não precisam estar dissociadas. Também não devemos demonizar o choro porque ele tem um efeito de liberação de afetos que pode, inclusive, promover um grande sorriso depois”.

Dentro desse contexto de rede de apoio, trago aqui outra mulher. Minha irmã, Marcela, é uma jovem advogada, independente, emocionalmente fortalecida, inteligente, linda e sábia. É sempre uma das primeiras pessoas que eu escuto e, normalmente, é o conselho dela que eu sigo. Diferentemente de minha mãe, ela não é de sorrir por qualquer motivo. Mas, é uma estrategista do bem. Sabe construir momentos de alegria. “Ser uma pessoa alegre, que quer espalhar energia boa, foi algo que aprendi com minha mãe. E isso tem a ver com a vontade de viver a vida, transmitindo o melhor para as pessoas. Nos momentos difíceis, tenho escolhido o silêncio ativo: momentos de reflexão individual, mas sem cultivar tristeza e me abater. É sobre escolher as batalhas e ter fé no processo”, refletiu.

Conversando com o escritor Edgard Abbehusen, ele defendeu que devemos “sorrir em dias nublados. Não o sorriso de ‘desespero’ que a música ‘Amor pra recomeçar’ do Frejat fala, mas o sorriso que tem a intenção simples de salvaguardar o que existe de melhor em nós, quebrando barreiras e construindo pontes de compreensão e compaixão”.

A cantora Danda Olyver, que trata um câncer de mama há 3 anos, e recentemente sofreu uma trombose com início de embolia pulmonar, quis participar desta coluna dividindo um pouco da sua história: “O meu trabalho, a música, me faz esquecer, mesmo que temporariamente, os meus problemas. Me faz sorrir”.

É o que o psicólogo Gustavo Siquara reforça. “A pessoa deve ficar próxima de quem a faz sorrir e a acolhe no momento do sofrimento”. Ele acrescenta que é importante tentar se engajar em atividades que nós gostamos, lembrar-se das atividades que tínhamos prazer, mas hoje em dia temos deixado de lado. Ou, tentar fazer algo novo que promova o sorriso, como participar de eventos sociais, praticar hobbies ou práticas de relaxamento”.

Não posso deixar de registrar que venho de uma família de avós, tias e primas alegres. Eu também as observo. É claro que existem aquelas pessoas que bloqueiam o choro e tentam mascarar suas emoções. Pessoas que fingem. Mas, não estamos aqui falando sobre isso. Ao defender o sorriso, mesmo em situações adversas, é para que ele seja autêntico. Falsas emoções adoecem.

Bom mesmo é ser honesta consigo mesma, compeeender os sentimentos e processá-los no seu tempo, mantendo por perto a poderosa rede de apoio formada por pessoas que realmente agregam.

Fonte: bnews.com.br

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