Valor da causa da KPE Engenharia, antiga OAS, é de bilhões de reais
A KPE Engenharia, antiga OAS, entrou com um pedido de recuperação judicial nesta terça-feira (17), na 2ª Vara da Comarca de Salvador, na Bahia. O valor da causa da petição foi de pouco mais de R$ 6 bilhões.
Segundo o grupo, os negócios foram afetados pela pandemia de Covid-19, uma vez que a crise sanitária “reduziu de forma expressiva a disponibilidade de recursos do Poder Público para investimento no setor de construção civil”.
Outra justificativa para o pedido de recuperação teria sido o aumento nos custos dos insumos e das matérias primas no setor de construção.
Acusações
Em março de 2023, funcionários acusaram a KPE de demitir o seu staff após o atraso em três meses de salários, bem como a ausência do pagamento de seus patrocinadores.
Na época, a empresa esclareceu que tomou a atitude diante de uma “redução de custos”.
“A Kpe Engenharia comunica que passou por um ajuste em sua estrutura com o objetivo de manter a competitividade de sua operação e garantir a continuidade de seus serviços”, disse, por meio de nota enviada ao BNews.
“A redução de custos é uma medida usual no mercado e foi necessária para fazer frente ao cenário adverso no setor de infraestrutura, impactado pela retração da atividade econômica e aumento dos custos de matéria-prima após a pandemia de Covid-19 e a Guerra na Ucrânia. As recentes movimentações no quadro de pessoal da Companhia estão inseridas nesse contexto”, acrescentou.
Em abril, a Coesa finalizou o processo de compra da KPE, que já fez parte da antiga empreiteira. De acordo com o colunista Lauro Jardim, do site O Globo, a aquisição da construtora não custou nada aos novos donos. Entretanto, eles irão herdar as dívidas da empresa. Segundo ele, um débito de R$ 42 milhões venceria em agosto de 2023.
A empresa de engenharia já fez parte do Grupo OAS. Porém, desde 2021, foi incorporada a um fundo de investimentos. A compra da KPE Engenharia foi realizada por Fábio Omine e por José Maria Magalhães de Azevedo, CEO (diretor-presidente) da Coesa.
Em novembro de 2022, O governo de Minas Gerais, por meio da Controladoria-Geral do Estado (CGE) e da Advocacia-Geral do Estado (AGE), assinou um acordo de leniência com a Coesa por fraudes na construção da Cidade Administrativa e em obras da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais), entre 2008 e 2010. A empresa vai pagar R$ 42,7 milhões em 19 anos.
De acordo com o governo de Minas, foram dois anos e meio de tratativas, em negociação conjunta com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). A própria construtora procurou as autoridades e apresentou provas dos atos lesivos – as fraudes não foram detalhadas pelo estado, que impôs sigilo a alguns termos do acordo.
O acordo de leniência, previsto na Lei Anticorrupção, prevê a isenção de sanções e a redução de multas caso a empresa admita participação na prática de atos ilícitos e lesivos à administração pública e coopere efetivamente com as investigações e com o processo administrativo.
Fonte: bnews.com.br