Revelou-se intempestiva a retirada do Afeganistão, por parte das tropas dos Estados Unidos, pois a manobra viabilizou rápida retomada de controle do país por forças da organização conhecida como Talibã, seguidora de princípios equivalentes à mentalidade de mil anos atrás.
Provisoriamente esquecido de seus deveres, na condição de escudo dos direitos humanos, sempre alegados nos momentos de ocupar territórios, o Tio Sam, como os EUA são chamados, revelou ambiguidade ao abandonar os afegãos, sabendo-se o perfil dos algozes.
A cada lar invadido, rua ocupada, universidade fechada, espalha-se combinação de angústia e medo, repercutindo ainda em violência de gênero, em atos de violação inomináveis para os padrões civilizatórios.
Agora desprotegida, a população não terá como defender-se das milícias extremistas, supostamente fiéis a preceitos do Islã, conforme leitura rasa do Corão, descontextualizado da contemporaneidade, em interpretação belicosa e radical das lições de bom convívio do profeta Maomé.
A reconquista das principais cidades, incluindo a capital Cabul, representa não apenas um recuo nos hábitos, por conta da imposição do código de conduta muçulmano, a Sharia, mas também referência para perigosa união de fundamentalistas nas regiões de influência árabe, incluindo provável apoio ao fortalecimento da temida Al-Qaeda.
Restariam duas opções à comunidade internacional, em situação de bicondicional excludência, por tratar-se de conclusões antagônicas entre si: ou as nações unidas prestam socorro imediato ou serão cúmplices (e vítimas) do terrorismo de Estado ora em desenvolvimento.
A escolha da segunda opção implica permitir o império do terror, em escala mundial, uma vez serem os fanáticos violentos a ponto de poder prever-se, sem temer errar, a retomada de ataques ao Ocidente, sob tutela de mandamentos atribuídos a Alá, tido como a divindade suprema.
Fonte: A Tarde ( Redacao)